Hoje li um contra-senso... "No limiar da eternidade"
O que me remete ao meu pensamento constante dos ultimos dias... meses para não mentir... O que é eterno? Não pretendo dissecar aqui a semantica nem o significado metafisico ou sei la o que deste conceito, mas mais simplesmente o que é para nós, pessoas do sec. 21 a eternidade.
Os ciclos economicos que meio do sec passado eram de decadas agora passam a ser de meses, os divorcios são o prato do dia, toda a gente tem um leque de ex que encontra aqui e ali no virar de cada esquina da cidade, até os anuncios publicitarios na tv têm de ser cada vez mais curtos pois a nossa atenção é cada vez mais reduzida... Somos uma geração de "descartar".
Descartamos tudo. A casa (quer dizer quando finalmente se vende!!), o trabalho por outro que paga mais, o namorado (por divergências de feitios por não gostar de fazer escalada ou pq não bebe a mesma marca de café, bom... tudo e suficiente para ser motivo para descartar o pobre coitado, desde que isso não modifique o nosso dia a dia planeado e sonhado por nós)... Somos uns egoistas, incapazes de fazer um esforço, de lealdade para com alguem, para com uma marca que seja!! As coisas e as pessoas são peças que encaixamos para formarem o puzzle que queremos que seja a nossa vivencia, se uma peça não encaixa muito bem nem nos preocupados a dar um pequeno murro a ver se esta encaixo no meio de outras duas, nopes... lá voa ela para o balde do lixo mais proximo...
Por isso estamos todos perdidos. Perdidos atrás dos nossos monitores no escritorio, no bar que tão alegremente frequentamos e que nos faz achar que somos muito sofisticados, perdidos nos nossos carros TDI XPTO onde andamos de oculos de sol da Zara... E é por não estabelecermos, por não querermos, ligações com nada nem ninguem, ligações duradores para a vidas vitalicias com nada, com ninguem por não nos comprometer-mos com nada nesta vida e que temos estas vidas vazias... ocas. Não nos queremos apegar para não nos magoarmos, para não ficarmos vulneraveis, mas não consideramos que assim ainda nos magoamos mais porque e de chorar, rir, sentir dor, amar (a serio!!) que se faz a nossa vida.
Ter a coragem de viver as emoçoes faz-nos mais vivos... Faz-nos reais!